terça-feira, 19 de outubro de 2010

Visita às instituições culturais sergipanas

Espero que os alunos que visitaram o Palácio-Museu Olímpio Campos, o Instituto Histórico e Geográfico Sergipano e o Museu do Homem Sergipano nesta tarde, tenham aproveitado a oportunidade de conhecer a história e a geografia de Sergipe e apreciar a cultura sergipana.
Aqui estão os links dos sites que prometi:

http://www.palacioolimpiocampos.se.gov.br/

http://www.ihgse.com.br/

http://sites.ufs.br/antigos/museus/muhse/

Bom trabalho!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

CONGRESSO DE VIENA (1814-1815)

Objetivo: restabelecer a antiga divisão política da Europa.

Países participantes: Áustria, Rússia, Inglaterra, Prússia e França.

Principais decisões:
  • restabelecimento das fronteiras européias anteriores à Revolução Francesa;
  • restauração das antigas monarquias absolutistas;
  • criação da Santa Aliança, que autorizou as nações européias (Rússia, Áustria e Prússia) a intervir em países cujos monarcas fossem destituídas por revoluções liberais; reprimir os movimentos nacionalistas europeus; e a reprimir os movimentos emancipacionistas das colônias americanas.
Observação:
A Inglaterra posicionou-se contra a Santa Aliança porque apoiava os movimentos de independência na América Latina, visando ampliar os mercados consumidores de seus produtos

ERA NAPOLEÔNICA (1799-1815)

ERA NAPOLEÔNICA (1799-1815)

FASES


  • Consulado (1799-1804)
  • Império (1804-1814)
  • Governo dos Cem Dias (1815)

CONSULADO (1799-1804)


A França era governada por três cônsules, sendo que o primeiro-cônsul Napoleão Bonaparte era quem governava efetivamente;


  • Principais realizações: centralização administrativa; criação do Banco da França, que controlava a emissão de moeda; estabelecimento de tarifas protecionistas; reorganização do ensino; elaboração do Código Napoleônico (igualdade de todos perante a lei, respeito à propriedade privada, direito à liberdade individual e matrimônio civil separado do religioso); elaboração da Concordata (acordo em que o Papa aceitava o confisco das propriedades privadas da Igreja pelo Estado, que em troca se comprometia a proteger o clero);
  • Em 1804, Napoleão convocou um plebiscito que o proclamou cônsul vitalício e outro que o proclamou imperador.

IMPÉRIO (1804-1814)

  • Expansão do Império francês (150 departamentos e 50 milhões de habitantes em 1812);
  • Formaram-se coligações internacionais para deter o avanço francês (Batalha de Tralfagar e Batalha de Austerlitz);
  • Bloqueio Continental (1806);
  • Reação à política expansionista de Napoleão (franceses lamentavam a morte de familiares nos campos de batalha; povos conquistados se revoltavam; e como a França não tinha condições de abastecer todos os mercados da Europa com produtos industrializados, os países começaram a contrabandear os produtos industrializados ingleses);
  • A Rússia abandonou o bloqueio e foi invadida pelo exército napoleônico, mas o inverno russo provocou a derrota francesa (1812);
  • Um poderoso exército formado por ingleses, austríacos, russos e prussianos invadiu Paris e destronou Napoleão. (1814);
  • O poder foi entregue a Luís XVIII, irmão de Luís XVI. (1814).

GOVERNO DOS CEM DIAS (1815)

  • Napoleão fugiu da Ilha de Elba e regressou a França;
  • As tropas enviadas para prender Napoleão uniram-se a el;
  • A coligação militar internacional se reorganizou e derrotou Napoleão na Batalha de Waterlo;
  • Napoleão foi exilado na ilha de Santa Helena;
  • Luís XVIII foi reconduzido ao trono.

GUERRA FRIA - A CORRIDA ESPACIAL


A corrida espacial foi uma das formas de manifestação da rivalidade entre Estados Unidos e União Soviética. Um dos marcos iniciais da corrida espacial foi o lançamento pela União Soviética, em 1957, do primeiro satélite artificial, o Sputnik. Quatro anos depois, os soviéticos promoveram o lançamento da nave espacial Vostok I, tripulado por Yuri Gagarin, o primeiro astronauta a fazer o vôo orbital em torno da Terra. Apesar desse pioneirismo soviético, em 1969 os Estados Unidos enviaram à Lua a nave espacial Apollo 11, consagrando o astronauta Neil Armstrong como o primeiro homem a pisar no solo lunar.

Leia duas notícias publicadas durante a Guerra Fria, na União Soviética e no Brasil, respectivamente:


“A criação de satélites artificiais da Terra é uma tarefa que somente os países mais desenvolvidos técnica e científica e industrialmente são capazes de compreender. E só dois países, o nosso e os Estados Unidos, empenharam-se na solução desse problema. Somos os primeiros a resolvê-lo com êxito. Tais são os frutos do trabalho livre e criativo do povo da nova sociedade socialista” Trud, 19 out. 1957, p. 1.


“Quando os cosmonautas americanos chegarem à Lua, ali encontrarão os cosmonautas soviéticos descansando placidamente –esta previsão espacial do redator do Pravda, de Moscou, foi discretamente esquecida pelos russos durante a semana passada, enquanto Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins, acompanhados por mais de 500 milhões de telespectadores faziam sua viagem à Lua [...]. A missão da Apollo 11 é uma prova de que os Estados Unidos são o país mais adiantado do mundo, de que a democracia é superior ao comunismo”.Revista Veja e Leia, 23 jul. 1969, pp. 38 e 40.


ESTUDO DIRIGIDO

1) Em que contexto histórico foram publicadas essas notícias?

2) O que há em comum entre elas?

3) No que elas divergem?

4) O que significava vencer a corrida espacial?

GUERRA FRIA – O USO DOS DISCURSOS PELOS PRESIDENTES DOS E.U.A E DA UNIÃO SOVIÉTICA

Após o término da Segunda Guerra Mundial, teve início a Guerra Fria. Estados Unidos e União Soviética tornaram-se os grandes líderes no cenário internacional e passaram a disputar áreas de influência nos diversos continentes. O termo Guerra Fria foi escolhido pelos analistas porque essas tensões não geraram um conflito direto entre as superpotências. Segundo o sociólogo Raymond Aron era uma guerra improvável, pois devido ao arsenal militar que esses países possuíam, um confronto direto colocaria o mundo em risco.


Para conseguir a supremacia os Estados Unidos e a União Soviética utilizaram diversas estratégias. Uma delas foi o uso de inflamados discursos. Através deles os governantes dos dois países procuraram convencer os respectivos governados de que havia um inimigo a ser derrotado e justificar suas ações.


Leia a seguir trechos de discursos proferidos pelo presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, e pelo líder da antiga União Soviética, em março e novembro de 1947, respectivamente:


“Uma maneira de viver é baseada na vontade da maioria e distingue-se pela existência de instituições livres, governo representativo, eleições livres, garantias de liberdade individual, liberdade de opinião e de religião e ausência de opressão política. O segundo modo de vida baseia-se na vontade de uma minoria imposta pela força a uma maioria. Ele repousa no terror e na opressão, no controle da imprensa e do rádio, em eleições fraudadas e na supressão das liberdades pessoais. Acredito que deva ser a política dos Estados Unidos apoiar os povos livres que estão resistindo à tentativa de subjugação por minorias armadas ou por pressões externas”. (Discurso do presidente norte-americano Harry Truman. Citado em: FENELON, Dea R. A guerra fria. São Paulo: Brasiliense, 1983, p. 87.)


“Dois campos opostos se formaram: de um lado a política da União Soviética e dos países democráticos direcionada a anular o imperialismo e fortalecer a democracia; do outro lado a política dos Estados Unidos e da Inglaterra, direcionada ao fortalecimento do imperialismo e anulação da democracia.” (Discurso do líder soviético Joseph Stalin. Citado em: FENELON, Dea R. A guerra fria. São Paulo: Brasiliense, 1983, p. 90.)


ESTUDO DIRIGIDO


1) Explique o que foi a Guerra Fria.


2) Por que os estudiosos utilizaram o termo Guerra Fria para designar o conflito entre os Estados Unidos e a União Soviética?


3) Identifique o argumento utilizado por Harry Truman, presidente dos Estados Unidos, para conseguir o apoio da população e justificar a sua posição.


4) Identifique o argumento utilizado por Joseph Stalin, presidente da União Soviética, para conseguir o apoio da população e justificar a sua posição.

GUERRA FRIA

CONCEITO - tensões políticas entre Estados Unidos e União Soviética por causa da disputa por áreas de influência em diversos continentes.


ESTRATÉGIAS

Estados Unidos:

  • Plano Marshall (1947)
Objetivo: recuperar a economia da Europa capitalista, reforçar os vínculos com os Estados Unidos e impedir o avanço do socialismo.

  • Otan (1949)
Objetivo: combater a expansão soviética.


União Soviética:


  • COMECON (1949)
Objetivo: fortalecer os laços econômicos entre os países socialistas.

  • Pacto de Varsóvia (1955)
Objetivo: garantir a defesa dos países socialistas.


FORMAÇÃO DE BLOCOS

  • Bloco capitalista: compreendia países da Europa Ocidental, da América (com exceção de Cuba), numerosos países da África, da Ásia e da Oceania.

  • Bloco socialista: reunia países da Europa Oriental, alguns países da África e da Ásia, além de Cuba.

CORRIDA ARMAMENTISTA: O EQUILÍBRIO PELO TERROR


  • Os Estados Unidos produziram a 1ª bomba atômica em 1945

  • A União Soviética produziu a 1ª em 1949.


CORRIDA ESPACIAL


  • Em 1957 a União Soviética lançou o 1º satélite artificial: o Sputnik

  • Em 1961 a União Soviética lançou a 1º nave espacial tripulada: o Vostok I. Yuri Gagarin fez o 1º vôo orbital.

  • Em 1969 os Estados Unidos lançaram a nave Apolo 11. Neil Armstrong foi o primeiro homem a pisar na Lua.

CONFRONTOS INDIRETOS


GUERRA DA CORÉIA (1950-1953)

No final da Segunda Guerra a Coréia foi dividida, tomando como base o paralelo 38º, em Coréia do Norte e Coréia do Sul. Essa divisão seria mantida até a realização de eleições, que unificariam novamente o país. A Coréia do Sul (capitalista) não queria realizar eleições e foi invadida pela Coréia do Norte (socialista) que queria a unificação em 1950. Teve início a Guerra da Coréia. Os Estados Unidos intervieram para libertar o território sul-coreano. A Coréia do Norte teve ajuda militar da China e da União Soviética. Em 1953, foi estabelecido uma acordo de paz e as fronteiras foram restabelecidas pelo paralelo de 38º.


GUERRA DO VIETNÃ (1960-1975)

O Vietnã conseguiu independência da França em 1954. O Vietnã foi dividido em Vietnã do Norte e Vietnã do Sul até a realização de eleições tendo em vista a unificação. O Vietnã do Sul não permitiu a realização das eleições. Em 1960 foi criada no Vietnã do a Frente de Libertação Nacional que deflagrou a guerra pela unificação. Os Estados Unidos ajudaram o Vietnã do Sul. A União Soviética apoiaram o Vietnã do Norte. Após pressão da opinião pública internacional os Estados Unidos retiraram suas tropas. A guerra desenvolveu-se por mais algum tempo até a rendição do Vietnã do Sul em 1975. Os líderes da Frente de Libertação Nacional unificaram o país dentro do regime socialista. A Guerra do Vietnã foi uma das mais humilhantes derrotas dos Estados Unidos e contribuiu para ampliar a área de influência do socialismo.


CRISE DOS MÍSSEIS CUBANOS (1962)

Após a Revolução Cubana. Fidel Castro procurou manter uma postura neutra em relação à Guerra Fria. Essa neutralidade provocou a desconfiança dos norte-americanos. Os Estados Unidos incentivaram uma contra-revolução, mas Fidel Castro saiu vitorioso. Diante da ameaça norte-americana, aderiu ao bloco socialista. Em 1962, Cuba aceitou instalar no seu território mísseis soviéticos. Estados Unidos e União Soviética após longas negociações firmaram um pacto: os soviéticos retiraram os mísseis de Cuba e os norte-americanos comprometeram-se a respeitar a soberania desse país. Após a crise dos mísseis cubanos os Estados Unidos criaram a “Aliança para o Progresso”, que previa a concessão de empréstimos dos Estados Unidos para os países latino-americanos. O objetivo era impedir o crescimento de movimentos oposicionistas e garantir a sua hegemonia.


FIM DA GUERRA FRIA


  • Abertura política e econômica da União Soviética;

  • (Glasnost=transparência/ Perestroika=reestruturação);

  • Abertura política e econômica dos países do Leste Europeu;

  • Queda do Muro de Berlim;

  • Fim da União Soviética.

TRABALHADORES X MALANDROS: CENSURA E PROPAGANDA NA ERA VARGAS


O controle dos meios de comunicação e o uso agressivo da propaganda foram estratégias comuns dos regimes totalitários europeus. O Estado Novo, regime ditatorial instalado por Getúlio Vargas no Brasil em novembro de 1937, também utilizou amplamente esses recursos.


Em 1939, foi criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), órgão diretamente ligado à presidência da República, encarregado de censurar os meios de comunicação social – como rádio, cinema, teatro e imprensa – e coordenar a propaganda oficial.


O rádio foi um dos órgãos mais controlados. Era um meio de comunicação que atingia diversas camadas da população. Um dos ritmos musicais mais tocados era o samba. O DIP exerceu forte censura sobre esse gênero musical, pois considerava que ele fazia críticas ao trabalho e ao trabalhador. Essas críticas chocavam-se com a propaganda do regime que exaltava o trabalho e cultuava Vargas como “pai dos trabalhadores”. O culto ao trabalho cumpria duas funções: permitir o desenvolvimento industrial e garantir a permanência de Vargas no poder através do apoio popular.


Durante seu governo Getúlio Vargas reconheceu alguns direitos dos operários, com o intuito de controlá-los e impedir que se organizassem e realizassem modificações profundas na sociedade. Mas a “concessão” desses direitos não foi suficiente para a melhoria das condições sociais dos trabalhadores. As dificuldades dos trabalhadores foram temas de diversos sambas que procuravam exaltar a figura do malandro, um tipo que preferia dedicar-se a bicos e pequenos furtos, evitando entregar-se ao trabalho, que, via de regra, só trazia benefício aos patrões.


Wilson Batista destacou-se como um dos sambistas mais afeitos ao tema, exaltando a malandragem em sambas como Lenço no pescoço. Gravada pela primeira vez em 1933, essa canção comparava dois tipos da sociedade carioca do período: o malandro e o trabalhador.



Com meu chapéu de lado, tamanco arrastando

Lenço no pescoço, navalha no bolso

Eu passo gingando, provoco e desafio

Eu tenho orgulho em ser tão vadio


Sei que eles falam desse meu proceder

Eu vejo quem trabalha andar no miserê

Eu sou vadio porque tive inclinação

Eu me lembro era criança

Tirava samba-canção.


Através da censura o DIP obrigou os sambistas a mudarem o tom de suas composições. O próprio Wilson Batista, autor de Lenço no pescoço, não conseguiu resistir ao cerco dos burocratas do regime. Em 1940, lançou, em parceria com Ataulfo Alves, O Bonde de São Januário, samba no qual exaltava as virtudes do trabalhador.


Quem trabalha é quem tem razão

Eu digo e não tenho medo de errar

O Bonde São Januário

Leva mais um operário

Sou eu que vou trabalhar


Antigamente eu não tinha juízo

Mas resolvi garantir meu futuro

Vejam vocês,

Sou feliz, vivo muito bem

A boemia não dá camisa a ninguém.


Em O Bonde São Januário, Wilson Batista faz uma espécie de mea-culpa sobre a exaltação do malandro dos seus sambas anteriores.


ESTUDO DIRIGIDO


1) O samba Lenço no pescoço procura diferenciar o cotidiano de malandros e trabalhadores. Como o compositor Wilson Batista caracteriza esses dois personagens?


2) Compare a letra da canção Lenço no pescoço, de 1933, com a letra de O Bonde São Januário, de 1940. O que mudou no tratamento dos malandros e dos trabalhadores?


3) Os dois sambas foram compostos por Wilson Batista. O que mudou entre os dois momentos históricos em que os sambas foram produzidos?


ERA VARGAS (1930-1945)

REVOLUÇÃO OU MOVIMENTO DE 1930


Objetivo: desestruturar o pacto oligárquico da Primeira República


Principais acontecimentos:

  • Crise da cafeicultura provocada pela crise do capitalismo de 1929;

  • Desentendimento entre as oligarquias paulista e mineira acerca da sucessão presidencial;

  • Disputa presidencial: Júlio Prestes (PRP) x Getúlio Vargas (Aliança Liberal)

  • Vitória de Júlio Prestes na eleição;

  • João Pessoa, candidato a vice-presidente pela Aliança Liberal, foi assassinado por motivos vinculados à política paraíbana, mas o evento foi explorado a favor da revoluçã0;

  • Eclosão de um clima de revolta por todo o país. Antônio Carlos, governador de Minas Gerais conclamou: "Façamos a revolução antes que o povo a faça!”

  • A Aliança Liberal buscou a experiência dos tenentes para auxiliar na revolução. No último momento Luís Carlos Prestes, principal lider tenentista desistiu de participar e encaminhou carta para Getúlio Vargas explicando seus motivos, ente eles, destaca-se a desconfiança de que a estrutura de poder não mudaria sensivelmente;

  • O movimento teve início no dia 3 de outubro de 1930, com a participação de integrantes do Exército e da Polícia do Rio Grande do Sul, de MinasGerais e da Paraíba. No dia 16 de outubro um avião sobrevoou Aracaju e jogou folhetos pedindo o apoio dos sergipanos. O presidente do Estado Manuel Dantas , temendo a coluna de 2000 revolucionários que marchava de Maceió em direção à Aracaju, fugiu para a Bahia. Mas a Polícia sergipana passou a apoiar a revolução. No final de outubro, Washington Luís foi deposto e o governo foi entregue a Getúlio Vargas. No dia 8 de novembro foi nomeado como interventor sergipano o líder tenentista Augusto Maynard Gomes.

GOVERNO PROVISÓRIO (1930-1934)

Principais medidas:

  • Suspensão da Constituição de 1891;
  • Fechamento dos órgãos do Poder Legislativo;
  • Nomeação de interventores para os estados.

REVOLTA CONSTITUCIONALISTA DE 1932 (SÃO PAULO)


  • Reivindicações: interventor paulista, nova Constituição e realização de eleições;

  • Símbolo da Revolução: MMDC (homenagem aos jovens estudantes Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, que morreram em confronto com as tropas federais);

  • Os paulistas não tiveram apoio prometido por outros estados;

  • Foram derrotados pelas tropas do governo, mas obtiveram algumas conquistas: o governo nomeou um interventor paulista, elaborou o Código Eleitoral e convocou Assembléia Nacional Constituinte no ano seguinte.



GOVERNO CONSTITUCIONAL (1934-1937)

CONSTITUIÇÃO DE 1934

  • Eleição (Voto secreto, Voto feminino, Justiça Eleitoral;

  • Trabalho (Jornada de 8 horas de trabalho, proibição do trabalho de menores de 14 anos, férias anuais remuneradas, repouso semanal remunerado, indenização na demissão sem justa causa, etc);

  • Nacionalização das riquezas minerais.

PRINCIPAIS GRUPOS POLÍTICOS:

Ação Integralista Brasileira (AIB): organização política que combatia o comunismo, pregava o nacionalismo extremado, a existência de um Estado poderoso, a disciplina e a entrega do poder a um único chefe integralista.

Líder: Plínio Salgado.

Inspiração: nazi-fascista.

Lema: Deus, Pátria e Família.

Vargas tinha simpatia pela AIB


Aliança Nacional Libertadora (ANL): organização política que defendia a nacionalização das empresas estrangeiras, o não-pagamento da dívida externa brasileira, a realização de uma reforma agrária e a garantia das liberdades individuais.

Líder: Luís Carlos Prestes.

Inspiração: comunista

Lema: Pão, Terra e Liberdade.

Vargas decretou a ilegalidade da ANL em 1935


INTENTONA COMUNISTA (1935)

Tentativa de revolta militar que visava derrubar o governo e implantar o comunismo. Serviu como pretexto para Vargas radicalizar o regime político.


GOVERNO DITATORIAL (1937-1945)


PREPARAÇÃO DO GOLPE

Com a aproximação das eleições presidenciais de 1938, Vargas e alguns militares inventaram que os comunistas elaboraram o Plano Cohen para acabar com o regime democrático no Brasil. O “plano” foi utilizado como pretexto para decretar estado de emergência e desfechar
o golpe.

PRINCIPAIS MEDIDAS:

  • Fechamento dos órgãos do Poder Legislativo;
  • Elaboração de uma nova Constituição;
  • Nomeação de interventores;
  • Dissolução dos partidos políticos;
  • Suspensão das eleições;
  • Prisão, tortura e morte dos opositores;
  • Criação do Departamento de Imprensa e Propagada (DIP), órgão encarregado de coordenar a propaganda oficial e censurar os meios de comunicação.
POLÍTICA ECONÔMICA

Postura intervencionista: estabilização da situação da cafeicultura, diversificação da produção agrícola, substituição de importações, criação de indústria de base estatais.

POLÍTICA TRABALHISTA

Postura populista: procurava ao mesmo tempo conquistar os trabalhadores e controlá-los.
As leis trabalhistas não foram concessões do governo de Getúlio Vargas, mas resultaram de lutas dos movimentos operários.

BRASIL NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

No início, Vargas procurou manter o Brasil em posição de neutralidade para tirar proveito do conflito e obter vantagens econômicas. Em 1941, fez um acordo com os Estados Unidos: comprometeu-se a fornecer borracha e minério de ferro para os países Aliados e permitiu que militares norte-americanos fossem enviados para bases militares instaladas no Nordeste brasileiro; em troca, recebeu grande parte do financiamento para a construção da Usina Siderúrgica de Volta Redonda. Em 1942, a Alemanha reagiu à cooperação do Brasil para com os Aliados e torpedeou navios brasileiros. No mesmo ano o governo brasileiro declarou guerra ás potências do Eixo. Em 1944 enviou a Força Expedicionária Brasileira (FEB) para lutar na Itália.

FIM DO ESTADO NOVO

A guerra contra os regimes totalitários na Europa foi aproveitada pelos grupos liberais brasileiros para combater a ditadura de Vargas. Vargas decidiu antecipar-se aos adversários e iniciou o processo de abertura democrática convocando eleição para presidente, anistiando presos e exilados políticos e permitindo a criação de partidos. Concorreram à eleição presidencial de 1945: Enrico Gaspar Dutra, que contava com o apoio de Vargas; o brigadeiro Eduardo Gomes, e o engenheiro Yedo Fiúza. Vargas incentivou o Queremismo. Os setores da oposição temiam que Vargas continuasse no poder e uniram forças para derrubá-lo da presidência. Em 29 de outubro de 1945, tropas do exército lideradas pelos generais Góis Monteiro e Eurico Gaspar Dutra obrigaram Vargas a renunciar. Dutra venceu as eleições presidenciais

terça-feira, 24 de agosto de 2010

REVOLUÇÃO FRANCESA



CONTEXTO HISTÓRICO


POLÍTICA


  • A França era governada pelo rei absolutista Luís XVI;


SOCIEDADE


  • A sociedade estava dividida em estados ou estamentos:



  • Considerava-se que todos nascem diferentes e possuem direitos e deveres distintos;
  • Apenas o terceiro estamento pagava impostos.


ECONOMIA


  • A agricultura, que era a base da economia, sofreu abalo devido às intempéries (secas e inundações);
  • A indústria têxtil ficou abalada em decorrência dos produtos ingleses;
  • O Estado apresentou déficit em virtude de a despesa ser maior do que a receita.


PROCESSO REVOLUCIONÁRIO (1789-1799)


REVOLUÇÃO ARISTOCRÁTICA (1789)


  • O rei Luís XVI cogitou cobrar novos impostos ao terceiro estado e, se fosse preciso, estendê-los ao primeiro e segundo estados;
  • O clero e a nobreza se revoltaram e pressionaram o rei a convocar a Assembléia dos Estados Gerais, que não se reunia a 175 anos.

ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE (1789)


  • Na Assembléia dos Estados Gerais, o primeiro e o segundo estados defenderam o tradicional voto por ordem e o terceiro estado defendeu o voto individual;
  • Como não foi possível chegar a um consenso, o terceiro estado resolveu reunir-se em Assembléia Nacional Constituinte para elaborar uma Constituição para a França;
  • Os demais componentes do terceiro estamento tomaram as ruas de Paris, proclamando “Liberdade, igualdade e fraternidade”, e tomaram a Bastilha, prisão na qual eram encarcerados os inimigos do rei. Na data da queda do símbolo do absolutismo, 14 de julho de 1789, passou a ser comemorada a Revolução Francesa;
  • O rei foi obrigado a reconhecer a legitimidade da Assembléia Nacional Constituinte;
  • Antes da redação da Constituição, a Assembléia redigiu a Declaração dos Direitos dos Homens e dos Cidadãos, que serviu de base para a elaboração da primeira constituição francesa e de outras constituições em todo o mundo.


MONARQUIA CONSTITUCIONAL (1791-1792)


  • Em 1791 foi outorgada a Constituição;

[Esses foram os principais pontos da Constituição:

Política – Monarquia Constitucional; Tripartição dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e voto censitário (Cidadãos ativos e passivos);

Sociedade – Igualdade jurídica entre os indivíduos;

Economia – Liberdade econômica e proibição da greve de trabalhadores.

Religião – Liberdade de culto, separação do Estado e da Igreja e nacionalização dos bens do clero.]

  • O rei Luís XVI tentou fugir do país pra unir-se às forças contra-revolucionárias, que estavam sendo organizadas pelos países absolutistas que temiam que a revolução se espalhasse, mas foi preso e reconduzido à Paris.
  • Os revolucionários liderados por Danton, Marat, Robespierre e Saint-Just conseguiram derrotar os contra-revolucionários na Batalha de Valmy.

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA E CONVENÇÃO NACIONAL (1792-1795)

  • Nesse período existiam três forças políticas:

Girondinos – representantes da alta burguesia que defendiam posições moderadas;

Jacobinos - representantes da pequena e da média burguesia que defendiam posições radicais e de interesse popular;

Planície – representantes da alta burguesia que mudavam de posição conforme suas conveniências imediatas.

  • Os jacobinos defendiam a execução do rei e os girondinos eram contra. Os jacobinos venceram e Luís XVI foi guilhotinado em 1973.
  • Para conter as revoltas internas e externas decorrentes da morte do rei, os jacobinos, liderados por Robespierre, instalaram uma ditadura e criaram o Comitê de Salvação Pública, para reorganizar a França, e o Tribunal Revolucionário, responsável pela morte de 40 a 50 mil inimigos da revolução;
  • Os jacobinos elaboraram uma nova constituição (1793), que procurava atender aos interesses dos burgueses e das camadas populares.
  • Os jacobinos criaram o calendário revolucionário:

CALENDÁRIO REVOLUCIONÁRIO

22/09 a 21/10

Vendemiário

22/10 a 20/11

Brumário

21/11 a 20/12

Frimário

21/12 a 19/01

Nivoso

20/01 a 18/02

Pluvioso

19/02 a 20/03

Ventoso

21/03 a 19/04

Germinal

20/04 a 19/05

Floreal

20/05 a 18/06

Prairial

19/06 a 18/07

Messidor

19/07 a 17/08

Termidor

18/08 a 16/09

Frutidor

Dias complentares: 17/09 a 21/09



  • Os jacobinos conseguiram repelir as forças estrangeiras;
  • Os girondinos e a planície uniram-se para depor Robespierre, que foi guilhotinado em 1794.


GOVERNO DO DIRETÓRIO (1795-1799)


  • Os girondinos criaram uma nova Constituição (1895), que estabeleceu a continuidade do regime republicano, controlado por um diretório com 5 membros escolhidos pelo Legislativo;
  • Os girondinos tentaram conter o descontentamento popular e afirmar o controle político da burguesia sobre o país;
  • O país voltou a ser alvo das forças absolutistas vizinhas;
  • O general Napoleão Bonaparte obteve prestígio contendo essas forças e deflagrou o “Golpe” de 18 de Brumário. dissolvendo o Diretório e criando o Consulado.
  • Napoleão consolidou as conquistas dos burgueses, encerrando o ciclo revolucionário.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

UNESCO RECONHECE PRAÇA SÃO FRANCISCO COMO PATRIMÔNIO HISTÓRICO DA HUMANIDADE


01/08/2010 - 17:45


O resultado era aguardado desde a última sexta-feira, 30 de julho; a Praça, de mais de 400 anos, era a única candidata brasileira, dentre outros 39 sítios de diversos países

A Unesco concedeu na tarde deste domingo, 1º, o título de Patrimônio Histórico da Humanidade à Praça São Francisco, localizada em São Cristóvão, a quarta cidade mais antiga do Brasil. Foi o fim de uma espera que afligiu o coração da maioria dos sergipanos por dois anos, quando a possibilidade do reconhecimento oficial começou a ficar ainda maior. A decisão veio na 34º Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que teve início em 15 de julho e vai até a próxima terça-feira, 3, em Brasília. O resultado era aguardado desde a última sexta-feira, 30 de julho. A Praça era a única candidata brasileira, dentre outros 39 sítios de diversos países. A secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, comemorou no Twitter o resultado da votação. “Um motivo para aumentar ainda mais o nosso orgulho”, escreveu. Também no site, o governador Marcelo Déda parabenizou aos sergipanos pela conquista. Ele disse ter recebido a notícia diretamente do ministro da Cultura, Juca Ferreira. “São Cristóvão eleita Patrimônio da Humanidade. Viva Sergipe!”, escreveu o governador. Ainda segundo a secretária, a chancela da Unesco dá visibilidade mundial ao Estado. O impacto da decisão, para Galdino, vai além do fortalecimento das políticas de cultura locais. Com a Praça, sobe para 18 o número de sítios brasileiros reconhecidos."O título vai enaltecer ainda mais o nosso orgulho em fazer parte de Sergipe. Além de elevar a auto-estima, vai integrar às pessoas a idéia de sergipanidade. Estamos de parabéns, mas ainda temos muito a trabalhar para a preservação da cultura sergipana", destaca.

Há uma grande comemoração prevista para acontecer na cidade. Os sinos das igrejas tocarão e vários grupos de reisado, samba de coco, caceteira e cheganças se apresentarão na Praça. A cidade de São Cristóvão já é conhecida por ser tombada como Patrimônio Histórico peloInstituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional (Iphan). Agora, a importância dela como centro histórico ganhou peso internacional. Com esse, chega a dez o número de tombamentos recebidos pela cidade, que começaram a ocorrer entre os anos de 1941 e 1944. Em 1967, inclusive, todo o centro arquitetônico e urbanístico do centro histórico foi tombado por aquele órgão.

História

A Praça São Francisco foi construída no final do século XVI e início do século XVII para ser o centro da cidade e abrigo das estruturas políticas, judiciais e religiosas. Mas ao longo de 400 anos permanece como uma rica fonte de resgate histórico e também de identidade. O local representa um legado do período da União Ibérica por apresentar influências tanto portuguesas como espanholas, contribuindo para uma imensa riqueza histórica. O conjunto urbano com seus valores culturais e a permanência histórica como cenário de manifestações artísticas são os maiores representantes do valor universal que a Praça tem. Do ponto de vista arquitetônico, da Praça São Francisco é possível apreciar o palácio do período colonial onde funciona o Museu Histórico; e também prédios das ordens religiosas, como o Museu de Arte Sacra e o Convento de São Francisco. Todos eles continuam praticamente com a mesma feição de quando fundados. Palco principal das manifestações artístico-culturais, o folclore é um dos exemplos de como a área é utilizada pela população. As taieiras, caceteiras, langas e outros grupos folclóricos de São Cristóvão sentem na Praça o clima perfeito para realizar eventos e atrair a atenção da população local. No campo da literatura, personalidades históricas como Gregório de Matos e Jorge Amado já declararam amor à São Cristóvão e às belezas do centro histórico. Nas artes plásticas, artistas como a sergipana Vesta Viana, cujas obras já foram expostas até na cidade de Londres, realizam visitas constantes à Praça São Francisco como fonte de inspiração para a produção de seus trabalhos. Na música, os brincantes do frevo, forró e boêmia reúnem-se no cenário para festejar datas comemorativas como Carnaval, São João e eventos já consagrados na cidade, a exemplo da Cidade Seresta e o Festival de Arte de São Cristóvão. As serestas que lá acontecem também harmonizam com a arquitetura barroca, criando a atmosfera propícia à cultura como um todo. São Cristóvão, a primeira capital de Sergipe, foi o local de vários confrontos causados na época da presença holandesa no nordeste.

Investimentos

Essa é a segunda vez que a cidade de São Cristóvão disputa o titulo de Patrimônio da Humanidade. A primeira aconteceu em 2005, quando a cidade foi julgada e orientada a cumprir algumas exigências estabelecidas pela UNESCO. Desde 2007, no entanto, a possibilidade do título tomou fôlego principalmente pela soma de esforços nas esferas municipal, estadual e federal possibilitou que a cidade recebesse inúmeros investimentos a fim de que todos os requisitos fossem cumpridos. O envolvimento da população na conquista também foi crucial. Entre as ações, estão as pesquisas históricas, com a anexação de documentos que atestassem o contexto da arquitetura da Praça; as obras de infraestrutura como a duplicação da rodovia João Bebe Água, que dá acesso à cidade; a reabertura de museus e a restauração de outros prédios antigos. Quando da visita do ministro da Cultura, Juca Ferreira, à cidade histórica, o novo conjunto de iluminação do espaço foi inaugurado, elemento esse que era uma das principais exigências da UNESCO. Na oportunidade foi anunciada ainda a liberação de mais de R$ 60 milhões, através do PAC das Cidades Históricas, o que deve provocar uma transformação ainda maior na quarta cidade mais antiga do Brasil.

Veja os bens brasileiros que fazem parte da lista de patrimônios mundiais.

Patrimônio Mundial Natural

1 - Parque Nacional do Iguaçu (PR)
2 - Costa do Descobrimento (BA e ES)
3 - Reservas da Mata Atlântica (SP e PR)
4 - Complexo de áreas protegidas do Pantanal Matogrossense (MT e MS)
5 - Áreas protegidas do Cerrado: Chapada dos Veadeiros e Parque Nacional das Emas (GO)
6 - Ilhas Atlânticas Brasileiras – Reservas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas (PE/RN)
7 - Complexo de Áreas Protegidas da Amazônia Central

Patrimônio Mundial Cultural

1 - Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de Ouro Preto (MG)
2 - Centro Histórico de Olinda (PE)
3 - As Missões Jesuíticas Guarani, ruínas de São Miguel das Missões (RS)
4 - Santuário do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas do Campo (MG)
5 - Centro Histórico de Salvador (BA)
6 - Plano Piloto de Brasília (DF)
7 - Parque Nacional da Serra da Capivara (PI)
8 - Centro Histórico de São Luís (MA)
9 - Centro Histórico de Diamantina (MG)
10 - Centro Histórico da Cidade de Goiás (GO)


Por Diógenes de Souza e Raquel Almeida, com informações da Secult

Fonte: Unesco reconhece Praça São Francisco como patrimônio histórico da humanidade. Disponível em: . Acesso em: 10/08/2010.]

DECLARAÇÃO DE DIREITOS DO BOM POVO DA VIRGÍNIA


Declaração de direitos formulada pelos representantes do bom povo de Virgínia, reunidos em assembléia geral e livre; direitos que pertencem a eles e à sua posteridade, como base e fundamento do governo.
I
Que todos os homens são, por natureza, igualmente livres e independentes, e têm certos direitos inatos, dos quais, quando entram em estado de sociedade, não podem por qualquer acordo privar ou despojar seus pósteros e que são: o gozo da vida e da liberdade com os meios de adquirir e de possuir a propriedade e de buscar e obter felicidade e segurança.
II
Que todo poder é inerente ao povo e, conseqüentemente, dele procede; que os magistrados são seus mandatários e seus servidores e, em qualquer momento, perante ele responsáveis.
III
Que o governo é instituído, ou deveria sê-lo, para proveito comum, proteção e segurança do povo, nação ou comunidade; que de todas as formas e modos de governo esta é a melhor, a mais capaz de produzir maior felicidade e segurança, e a que está mais eficazmente assegurada contra o perigo de um mau governo; e que se um governo se mostra inadequado ou é contrário a tais princípios, a maioria da comunidade tem o direito indiscutível, inalienável e irrevogável de reformá-lo, alterá-lo ou aboli-lo da maneira considerada mais condizente com o bem público.
IV
Que nenhum homem ou grupo de homens tem direito a receber emolumentos ou privilégios exclusivos ou especiais da comunidade, senão apenas relativamente a serviços públicos prestados; os quais, não podendo ser transmitidos, fazem com que tampouco sejam hereditários os cargos de magistrado, de legislador ou de juiz.
V
Que os poderes legislativo, executivo e judiciário do Estado devem estar separados e que os membros dos dois primeiros poderes devem estar conscientes dos encargos impostos ao povo, deles participar e abster-se de impor-lhes medidas opressoras; que, em períodos determinados devem voltar à sua condição particular, ao corpo social de onde procedem, e suas vagas se preencham mediante eleições periódicas, certas e regulares, nas quais possam voltar a se eleger todos ou parte dos antigos membros (dos mencionados poderes)., segundo disponham as leis.
VI
Que as eleições de representantes do povo em assembléia devem ser livres, e que todos os homens que dêem provas suficientes de interesse permanente pela comunidade, e de vinculação com esta, tenham o direito de sufrágio e não possam ser submetidos à tributação nem privados de sua propriedade por razões de utilidade pública sem seu consentimento, ou o de seus representantes assim eleitos, nem estejam obrigados por lei alguma à que, da mesma forma, não hajam consentido para o bem público.
VII
Que toda faculdade de suspender as leis ou a execução destas por qualquer autoridade, sem consentimento dos representantes do povo, é prejudicial aos direitos deste e não deve exercer-se.
VIII
Que em todo processo criminal incluídos naqueles em que se pede a pena capital, o acusado tem direito de saber a causa e a natureza da acusação, ser acareado com seus acusadores e testemunhas, pedir provas em seu favor e a ser julgado, rapidamente, por um júri imparcial de doze homens de sua comunidade, sem o consentimento unânime dos quais, não se poderá considerá-lo culpado; tampouco pode-se obrigá-lo a testemunhar contra si própria; e que ninguém seja privado de sua liberdade, salvo por mandado legal do país ou por julgamento de seus pares.
IX
Não serão exigidas fianças ou multas excessivas, nem infligir-se-ão castigos cruéis ou inusitados.
X
Que os autos judiciais gerais em que se mande a um funcionário ou oficial de justiça o registro de lugares suspeitos, sem provas da prática de um fato, ou a detenção de uma pessoa ou pessoas sem identificá-las pelo nome, ou cujo delito não seja claramente especificado e não se demonstre com provas, são cruéis e opressores e não devem ser concedidos.
XI
Que em litígios referentes à propriedade e em pleitos entre particulares, o artigo julgamento por júri de doze membros é preferível a qualquer outro, devendo ser tido por sagrado.
XII
Que a liberdade de imprensa é um dos grandes baluartes da liberdade, não podendo ser restringida jamais, a não ser por governos despóticos.
XIII
Que uma milícia bem regulamentada e integrada por pessoas adestradas nas armas, constitui defesa natural e segura de um Estado livre; que deveriam ser evitados, em tempos de paz, como perigosos para a liberdade, os exércitos permanentes; e que, em todo caso, as forças armadas estarão estritamente subordinadas ao poder civil e sob o comando deste.
XIV
Que o povo tem direito a um governo único; e que, conseqüentemente, não deve erigir-se ou estabelecer-se dentro do Território de Virgínia nenhum outro governo apartado daquele.
XV
Que nenhum povo pode ter uma forma de governo livre nem os benefícios da liberdade, sem a firma adesão à justiça, à moderação, à temperança, à frugalidade e virtude, sem retorno constante aos princípios fundamentais.
XVI
Que a religião ou os deveres que temos para com o nosso Criador, e a maneira de cumpri-los, somente podem reger-se pela razão e pela convicção, não pela força oupela violência; conseqüentemente, todos os homens têm igual direito ao livre exercícioda religião, de acordo com o que dita sua consciência, e que é dever recíproco de todos praticar a paciência, o amor e a caridade cristã para com o próximo.


16 de junho de 1776

[Fonte: Apud FERREIRA Filho, Manoel G. et. alli. Liberdades Públicas. São Paulo: Saraiva, 1978.]

domingo, 8 de agosto de 2010

DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

No Congresso, 4 de julho de 1776

Declaração Unânime dos Treze Estados Unidos da América

Quando, no curso dos acontecimentos humanos, se torna necessário um povo dissolver laços políticos que o ligavam a outro, e assumir, entre os poderes da Terra, posição igual e separada, a que lhe dão direito as leis da natureza e as do Deus da natureza, o respeito digno às opiniões dos homens exige que se declarem as causas que os levam a essa separação.

Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens foram criados iguais, foram dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade.

Que a fim de assegurar esses direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princípios e organizando-lhe os poderes pela forma que lhe pareça mais conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade. Na realidade, a prudência recomenda que não se mudem os governos instituídos há muito tempo por motivos leves e passageiros; e, assim sendo, toda experiência tem mostrado que os homens estão mais dispostos a sofrer, enquanto os males são suportáveis, do que a se desagravar, abolindo as formas a que se acostumaram. Mas quando uma longa série de abusos e usurpações, perseguindo invariavelmente o mesmo objeto, indica o desígnio de reduzi-los ao despotismo absoluto, assistem-lhes o direito, bem como o dever, de abolir tais governos e instituir novos-Guardas para sua futura segurança. Tal tem sido o sofrimento paciente destas colônias e tal agora a necessidade que as força a alterar os sistemas anteriores de governo. A história do atual Rei da Grã-Bretanha compõe-se de repetidos danos e usurpações, tendo todos por objetivo direto o estabelecimento da tirania absoluta sobre estes Estados. Para prová-lo, permitam-nos submeter os fatos a um cândido mundo.

Recusou assentimento a leis das mais salutares e necessárias ao bem público.

Proibiu aos governadores a promulgação de leis de importância imediata e urgente, a menos que a aplicação fosse suspensa até que se obtivesse o seu assentimento, e, uma vez suspensas, deixou inteiramente de dispensar-lhes atenção.

Recusou promulgar outras leis para o bem-estar de grande distritos de povo, a menos que abandonassem o direito à representação no Legislativo, direito inestimável para eles temível apenas para os tiranos,

Convocou os corpos legislativos a lugares não usuais, ser conforto e distantes dos locais em que se encontram os arquivos públicos, com o único fito de arrancar-lhes, pela fadiga o assentimento às medidas que lhe conviessem.

Dissolveu Casas de Representantes repetidamente porque: opunham com máscula firmeza às invasões dos direitos do povo.

Recusou por muito tempo, depois de tais dissoluções, fazer com que outros fossem eleitos; em virtude do que os poderes legislativos incapazes de aniquilação voltaram ao povo em geral para que os exercesse; ficando nesse ínterim o Estado exposto a todos os perigos de invasão externa ou convulsão interna.

Procurou impedir o povoamento destes estados, obstruindo para esse fim as leis de naturalização de estrangeiros, recusando promulgar outras que animassem as migrações para cá e complicando as condições para novas apropriações de terras.

Dificultou a administração da justiça pela recusa de assentimento a leis que estabeleciam poderes judiciários.

Tornou os juízes dependentes apenas da vontade dele para gozo do cargo e valor e pagamento dos respectivos salários.

Criou uma multidão de novos cargos e para eles enviou enxames de funcionários para perseguir o povo e devorar-nos a substância.

Manteve entre nós, em tempo de paz, exércitos permanentes sem o consentimento de nossos corpos legislativos.

Tentou tornar o militar independente do poder civil e a ele superior.

Combinou com outros sujeitar-nos a jurisdição estranha à nossa Constituição e não reconhecida por nossas leis, dando assentimento a seus atos de pretensa legislação:

por aquartelar grandes corpos de tropas entre nós;

por protegê-las por meio de julgamentos simulados, de punição por assassinatos que viessem a cometer contra os habitantes destes estados;

por fazer cessar nosso comércio com todas as partes do mundo;

pelo lançamento de taxas sem nosso consentimento;

por privar-nos, em muitos casos, dos benefícios do julgamento pelo júri;

por transportar-nos para além-mar para julgamento por pretensas ofensas;

por abolir o sistema livre de leis inglesas em província vizinha, aí estabelecendo governo arbitrário e ampliando-lhe os limites, de sorte a torná-lo, de imediato, exemplo e instrumento apropriado para a introdução do mesmo domínio absoluto nestas colônias;

por tirar-nos nossas cartas, abolindo nossas leis mais valiosas e alterando fundamentalmente a forma de nosso governo;

por suspender nossos corpos legislativos, declarando se investido do poder de legislar para nós em todos e quaisquer casos.

Abdicou do governo aqui por declarar-nos fora de sua proteção e movendo guerra contra nós.

Saqueou nossos mares, devastou nossas costas, incendiou nossas cidades e destruiu a vida de nosso povo.

Está, agora mesmo, transportando grandes exércitos de mercenários estrangeiros para completar a obra da morte, desolação e tirania, já iniciada em circunstâncias de crueldade e perfídia raramente igualadas nas idades mais bárbaras e totalmente indignas do chefe de uma nação civilizada.

Obrigou nossos concidadãos aprisionados em alto-mar a tomarem armas contra a própria pátria, para que se tornassem algozes dos amigos e irmãos ou para que caíssem por suas mãos.

Provocou insurreições internas entre nós e procurou trazer contra os habitantes das fronteiras os índios selvagens e impiedosos, cuja regra sabida de guerra é a destruição sem distinção de idade, sexo e condições.

Em cada fase dessas opressões solicitamos reparação nos termos mais humildes; responderam a nossas apenas com repetido agravo. Um príncipe cujo caráter se assinala deste modo por todos os atos capazes de definir tirano não está em condições de governar um povo livre. Tampouco deixamos de chamar a atenção de nossos irmãos britânicos. De tempos em tempos, os advertimos sobre as tentativas do Legislativo deles de estender sobre nós jurisdição insustentável. Lembramos a eles das circunstâncias de nossa migração e estabelecimento aqui. Apelamos para a justiça natural e para a magnanimidade, e os conjuramos, pelos laços de nosso parentesco comum, a repudiarem essas usurpações que interromperiam, inevitavelmente, nossas ligações e nossa correspondência. Permaneceram também surdos à voz da justiça e da consangüinidade. Temos, portanto, de aquiescer na necessidade de denunciar nossa separação e considerá-los, como consideramos o restante dos homens, inimigos na guerra e amigos na paz.

Nós, Por conseguinte, representantes dos Estados Unidos da América, reunidos em Congresso Geral, apelando para o Juiz Supremo do mundo pela retidão de nossas intenções, em nome e por autoridade do bom povo destas colônias, publicamos e declaramos solenemente: que estas colônias unidas são e de direito têm de ser Estados livres e independentes, que estão desoneradas de qualquer vassalagem para com a Coroa Britânica, e que todo vínculo político entre elas e a Grã-Bretanha está e deve ficar totalmente dissolvido; e que, como Estados livres e independentes, têm inteiro poder para declarar guerra, concluir paz, contratar alianças, estabelecer comércio e praticar todos os atos e ações a que têm direito os estados independentes. E em apoio desta declaração, plenos de firme confiança na proteção da Divina Providência, empenhamos mutuamente nossas vidas, nossas fortunas e nossa sagrada honra.

[Fonte: Declaração da Independência. Disponível em: . Acesso em: 22 mai. 2010.

ATIVIDADE

a) Dê exemplos de expressões que remetam ao ideário do iluminismo.

b) Explique por que era tão necessário que as Treze Colônias dissolvem os laços políticos com a Inglaterra.

c) É possível afirmar que a independência dos Estados Unidos influenciou a Revolução Francesa e a Independência das Colônias Ibéricas na América? Justifique.